quarta-feira, 15 de agosto de 2007

LENÇOS BRANCOS

Era um rapaz muito trabalhador, mas os problemas com o seu pai eram muito grandes e ele reclamava:
- Meu pai, não deixa eu crescer, só permite que eu trabalhe na operação, na execução e não deixa eu participar dos planejamentos e das estratégias da empresa. Quando o rapaz estava mais velho, em uma discussão com seu pai, resolveu sair de casa.
A sua mãe pediu:
- Meu filho, não vá. Vocês vão esquecer essa discussão, isso é passageiro. O rapaz virou-se para a mãe e disse:
- Vocês não me amam, ele não permite que eu cresça, vou embora daqui. O rapaz montou o seu próprio negócio e muitos anos se passaram. O rapaz se casou e teve seu primeiro filho, um ano mais tarde o rapaz teve mais um filho. Um dia, quando as crianças estavam brincando, o mais velho lhe fez uma pergunta:
- Papai, nós só conhecemos o vovô e a vovó, os pais da mamãe. Você não tem papai nem mamãe como nós?
Naquele instante, o rapaz resolveu rever seus ideais. Foi tentar uma reaproximação com os pais. Então escreveu uma carta:
- Oi, papai, oi mamãe, aqui é o seu filho, eu me casei, tenho dois filhos, e eles querem conhecer vocês, não sei se depois desses longos anos vocês ainda têm vontade de me ver e também não sei se querem conhecer os seus netos. De qualquer forma, estou indo visitar vocês com minha família. Se quiserem me ver e conhecer os seus netos, coloquem um lençol branco na cerca ou no muro da sua casa, onde eu possa ver, porque estarei indo de trem, aquele que passa bem em frente da casa de vocês, assim eu saberei se posso chegar ou não. O rapaz fez todos os preparativos, arrumou as malas e as crianças, pegou o trem, mas estava muito ansioso para rever seus pais.
- Será que eles receberam a carta? Será que querem me ver? Será que querem conhecer os netos? Será que estão vivos? Quando chegaram numa estação anterior à de seu destino, o rapaz não conseguia mais se conter.
Algumas lágrimas já teimavam em rolar pela face. A ansiedade aumentava. O trem partiu e o rapaz se pendurou na janela como fazia quando era criança. Estava louco para chegar. Com a voz trêmula e embargada falou para os filhos:
- Após esta curva conseguiremos ver a casa do vovô e da vovó. O trem terminou a curva e eles conseguiram ver a casa. Estava cheia de lençóis brancos, nas cercas, nos muros e nas janelas. E o mais comovente, um casal de velhinhos acenando com lenços brancos para o trem. Foi uma imensa alegria!!!

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