segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O RELÓGIO

O colégio onde Carla estudava costumava encerrar o ano letivo com um espetáculo teatral. Ela adorava tudo aquilo, porém nunca fora convidada para participar.
Quando fez onze anos avisaram-lhe que, finalmente, ia ter um papel para representar. Ficou felicíssima, mas esse estado de espírito durou pouco: escolheram uma outra colega para o papel principal. A ela coube uma ponta, de pouca importância.
Sua decepção foi imensa. Voltou para casa em prantos. Sua mãe quis saber o que se passava e ouviu toda a história, entre lágrimas e soluços. Sem nada dizer foi buscar um bonito relógio de bolso e colocou-o nas mãos de Carla e disse:
O que coloquei em suas mãos é o relógio de ouro do vovô. Vou abrir a parte traseira do relógio e veja todo este mecanismo, tem um monte de rodinhas e parafusos. E o que é, minha filha, o mais importante, a parte da frente ou a parte de trás do relógio?
As duas, respondeu Carla.
A filha estava surpresa com tudo aquilo, pois a princípio nada tinha a ver com o motivo do seu aborrecimento. Entretanto, calmamente a mãe prosseguiu:
Filha, este relógio tão bonito, seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, se tivesse a parte da frente sem a detrás ou a de trás sem a da frente. Mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos, por mais escondido que esteja, é essencial ao seu bom funcionamento.
Rm 12. 4,5: “Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função. Assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros.”

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